Goianos ficaram, em média, 32,29 horas sem energia no ano passado, número maior do que o registrado em 2016, quando empresa, agora privatizada, foi considerada a pior do País...

Os goianos, em todo o ano passado, sofreram 7 vezes mais quedas de energia do que o limite aceitável pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os números foram ainda piores do que em 2016, quando a Celg Distribuição (Celg-D) foi considerada a pior empresa do País entre aquelas que atendem acima de 400 mil unidades consumidoras. Nem mesmo a privatização da empresa, a partir de março de 2017, quando foi adquirida pela italiana Enel, foi suficiente para a melhoria dos indicadores. Em 2016, a frequência média de interrupções foi de 18,90 vezes no ano, enquanto no ano passado o índice foi de 19,22.

Isso quer dizer que, entre 2016 e 2017, as unidades consumidoras na maior parte de Goiás ficaram sem energia 0,32 vezes a mais. Quanto à duração, em 2016, a média em horas das interrupções foi de 29,55. No ano seguinte, os goianos ficaram sem o serviço executado pela Celg-D por 32,29 horas, ou seja, 2 horas e 44 minutos a mais do que no ano anterior. Os números relativos aos primeiros meses de 2018 ainda não estão consolidados e, logo, não estão disponíveis pela Aneel e nem mesmo pela Celg-D.

Em dezembro passado, o presidente da empresa, Abel Rochinha, estimou que os índices de duração das interrupções de energia elétrica chegariam a 29 horas, pois quando passaram a administrar a Celg-D os indicadores estavam em cerca de 30 horas com tendência a ir para 35 horas. Os índices esperados não se concretizaram. Ainda na entrevista, Rochinha disse que a expectativa era de conseguir melhorar os indicadores de qualidade em 40% entre dois e três anos.

Esses números não se referem aos índices totais, o que elevariam ainda mais as quantidades, isso porque a Aneel desconsidera as interrupções em algumas situações, como as vinculadas a programas de racionamento da União, em situação de emergência ou oriundas de atuação de Esquema Regional de Alívio de Carga estabelecido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Mas para se ter um ideia, em 2017, 86,91% das reclamações recebidas pela empresa de distribuição de energia elétrica foram em razão da interrupção do fornecimento do serviço.

Sobre os indicadores de qualidade do serviço, a Celg-D “esclarece que segue com um robusto plano de investimento em andamento para garantir a confiabilidade do serviço prestado”. Segundo a nota, “a distribuidora já ampliou os investimentos na modernização da rede elétrica e as melhorias terão impactos mais significativos no médio prazo, devido à dimensão e à complexidade das obras necessárias”. Um dos pontos chave para a melhoria da distribuição em Goiânia seria a finalização da implantação da rede Carajás, com 8,5 quilômetros de extensão.

Proposta desde 2011 pela Celg, ainda quando era uma empresa pública, os moradores da Região Sudoeste da capital, especialmente do Setor Parque Anhanguera, questionaram a implantação porque a rede, aérea, passaria próximo às residências. O receio da população é que a proximidade possa causar doenças ou mesmo acidentes graves. Há a alegação de que as casas foram desvalorizadas com a obra, que foi retomada em janeiro deste ano, após diversas paralisações judiciais. Para a Celg-D, a rede daria confiabilidade ao sistema, pela interligação com as principais subestações.

Fonte: O Popular
Foto Capa: Arquivo PaNoRaMa

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