A apicultura consiste na criação racional da abelha melífera com o objetivo de aproveitamento dos diversos produtos provenientes desses animais, assim como o aproveitamento da polinização realizada pelas abelhas. Portanto, diferente do que muita gente pensa, a apicultura envolve a criação apenas da Apis mellifera, não englobando as abelhas nativas, produção que recebe o nome de meliponicultura.
Introduzidas no país em 1840 pelo padre Antônio Carneiro, as Apis mellifera que chegaram inicialmente no Brasil eram originárias da Espanha e de Portugal. Posteriormente, em 1956, foram introduzidas em São Paulo as abelhas africanas Apis mellifera scutellata, as quais apresentam um comportamento mais agressivo, porém, mais produtivas. Atualmente, no Brasil, as abelhas africanizadas, ou seja, híbridos das abelhas europeias com a africana são as criadas nos apiários, com características morfológicas e comportamentais mais próximas às africanas. Possuem ainda maior resistência contra doenças e inseticidas e melhor defesa de suas colmeias.
Ao falar em mel, mesmo o Brasil ocupando a 8ª colocação no ranking mundial dos países exportadores, o qual tem como líder a China, é uma cadeia produtiva que envolve cerca de 350 mil apicultores, com 450 mil ocupações no campo e geração de aproximadamente 16 mil empregos diretos no setor industrial. Indo além, a cadeia de produção apícola envolve outros produtos de importância semelhante ao mel, como a própolis, a cera, o veneno e a geleia real, utilizados em diversos setores, como o farmacêutico, o de cosméticos, indústria têxtil e no processamento de alimentos, entre outros.
Em Jataí, no último final de semana, alunos dos cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia participaram de uma aula prática sobre revisão de colmeias e logo após, fizeram a extração de mel. De acordo com a professora do curso de Zootecnia Ana Luisa Castro, há um projeto feito por ela e pela professora Erin Caperuto e o professor Christiano do curso de ciências biológicas que consiste na montagem da Casa do Mel. Este local na UFG já conta com todos os equipamentos necessários para a extração do mel e atualmente, o projeto está na prefeitura onde solicita o selo de inspeção municipal e com isso estará aberto aos produtores que não têm os equipamentos e quiserem extrair o mel na UFG.
Para a aluna do 5º período do curso de Zootecnia, Luandra Macedo, a qual faz parte do projeto da Casa do Mel, a escolha pela disciplina optativa de Apicultura se deu por conta da necessidade de aprender mais sobre essa área, tendo embasamento teórico, como também com aulas práticas mostrando o processo desde a instalação do apiário até a parte final com a extração do mel. Ela ainda afirmou à equipe do site Panorama que a partir do momento que conheceu mais sobre a apicultura se apaixonou por essa área e por isso mesmo pretende estender seus conhecimentos com o projeto em questão.
Rosana de Carvalho
Rosana de Carvalho
Fotos/Vídeos: Vânia Santana / Rosana de Carvalho
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