Durante a TECNOSHOW COMIGO, foram apresentadas perspectivas na mudança da dinâmica da atmosfera com a transição do La Niña para uma possibilidade de El Niño, com interferências diretas no regime de chuvas e no plantio das próximas safras

O regime de chuvas pode sofrer mudanças nos próximos meses, trazendo consequências para o plantio da próxima safra. É o que alerta o especialista Paulo Etchichury, da Somar Metereologia, que ministrou palestra durante a manhã desta terça-feira, dia 05, na TECNOSHOW COMIGO, em Rio Verde (GO). De acordo com Etchichury, o planeta está passando por um processo de transição do fenômeno La Niña para uma possibilidade de El Niño, o que orienta os produtores a se planejarem quanto ao regime de chuvas e as janelas de plantio.

Conforme explica Etchichury, a produção agrícola tem três pilares: solo, planta e clima – sendo o clima a variável não controlável desse sistema. “O que a gente busca é trazer uma análise dessas condições dos parâmetros climáticos, relacionando o efeito em uma região, como aqui em Rio Verde. Queremos que o produtor se valha, cada vez mais, dessas informações que hoje já estão disponíveis nos grandes centros de meteorologia nacionais e internacionais, para que ele tenha noção de que momento e de que forma essas informações o afetam”, explica. “É uma questão, como a própria TECNOSHOW prega, de trazer informação, tecnologia e ver como isso se aplica para o produtor, grande ou pequeno. O clima nos afeta diariamente no dia a dia e, no caso da produção agrícola, ele limita essa produção”, pontua.

Os dados apresentados pela empresa de meteorologia apontam para o aquecimento das águas do Oceano Pacífico o que, segundo Etchichury, interfere diretamente na dinâmica da atmosfera. “Na safra 2015/2016, tivemos um oceano aquecido – El Niño – o que provocou atraso no plantio da lavoura de verão e atrasou no plantio do milho de segunda safra, por isso um impacto negativo para o produtor. No decorrer de 2016, saímos do oceano aquecido e fomos para uma fase fria, que ocasionou uma mudança de qualidade. Na lavoura de 2016, a safra de verão foi plantada dentro do seu período, o que trouxe o plantio do milho de segunda safra dentro da janela recomendada, tecnicamente”, analisa.

Mas para o próximo semestre, Etchichury acredita em mudanças brandas. “Agora o La Niña está enfraquecendo. Vamos ter chuvas agora em abril, que trouxeram uma expectativa aqui na região que a gente vê a qualidade no nível das lavouras. Estamos em um processo de águas aquecidas, mas ainda não está claro que nós vamos ter um El Niño forte. Os modelos apontam para uma perspectiva de formação do El Niño, mas não de forma consolidada. Nessa condição, ele não necessariamente terá um atraso das chuvas no início do segundo semestre. Se o El Niño fosse forte isso seria mais evidente e nós já teríamos um cenário desfavorável”, resume.

Como exemplo, ele cita o ano de 2012. “O produtor pode usar os dados que tem daquele ano. Começamos assim com uma água fria, que se aqueceu no segundo semestre, mas não configurou um El Niño. O cenário climático de 2017 está muito semelhante. Naquele ano as chuvas não foram abundantes, mas não atrasaram muito. Com uma informação antecipada, o produtor tem hoje tecnologias, alternativas de fazer manejo e estratégia adequada àquela condição climática. É um insumo a mais no processo da tomada de decisão dele de forma que ele possa se adequar aquilo que ele vai enfrentar”, conclui.

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