Na manhã desta terça feira (03), dezenas de produtores rurais e pessoas ligadas ao agronegócio fizeram um protesto em frente ao Sindicato Rural de Jataí localizado na Avenida Goiás. O trânsito foi paralisado em um sentido da via por conta de tratores que foram colocados pelos produtores durante a manifestação, que durou algumas horas pela manhã. O objetivo dos agricultores com o protesto é manifestar indignação em relação à tributação de exportação de soja e milho que o governo estadual está cobrando e que havia sido suspensa.
O governo de Goiás havia elaborado um decreto no final de janeiro deste ano permitindo a cobrança de ICMS sobre as operações de exportação de soja e milho no estado. Além disso, a medida colocava limites na saída dos grãos do estado, sendo que as indústrias poderiam exportar até 60% dos produtos sem a tributação e as tradings até 70%.
Isso gerou revolta dos produtores rurais, já que, segundo a Aprosoja-GO, esta tributação iria desestimular as atividades das tradings exportadoras, que são importantes no financiamento da safra já que fornecem crédito em troca de grãos. Além disso, as empresas que comercializam os grãos teriam mais custos, havendo por consequência desequilíbrio no mercado de soja e milho, afetando a competitividade dessas commodities no estado.
Porém, no final do mês de fevereiro, o governo de Goiás afirmou que havia suspendido o decreto que alterava a cobrança do ICMS sobre as exportações destes grãos. Tal decisão havia sido tomada em uma reunião de representantes da Aprosoja-GO com o governador Marconi Perillo.
Na verdade, este decreto ainda está valendo no estado de Goiás e muitos produtores desconhecem tal tributação. Foi este o motivo que fez com que os agricultores se reunissem na manhã desta terça feira em frente ao Sindicato Rural para se manifestarem contra esta decisão que onera ainda mais o setor em Goiás. Além disso, instituições como a Faeg, Aprosoja e diversos Sindicatos Rurais do estado vêm pressionando o governo e ingressando com demandas judiciais para que sejam tomadas providências cabíveis em relação a esta tributação. Inclusive, a Faeg irá entregar uma carta para pressionar o governo e, caso nada aconteça, os produtores irão às ruas se manifestar outras vezes até que o decreto seja de vez revogado.
Rosana de Carvalho
Fotos: Vânia Santana
Jornalismo Portal Panorama
