Em 2015, ocorreram dois surtos da bactéria E. coli em uma popular rede de restaurantes nos Estados Unidos, conhecida como Chipotle e apenas no início deste mês o Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC, sigla em inglês) afirmou que os surtos parecem ter acabado. Entretanto, mesmo com uma intensa investigação, não foi possível encontrar as causas da contaminação, ou seja, o alimento ou ingrediente específico que afetou cerca de 60 pessoas em 11 estados americanos e deixou 22 delas em condição grave de saúde.
Com isso, mais uma vez ressurge a questão de como os alimentos são processados, armazenados e ingeridos de forma a garantir segurança alimentar na mesa do consumidor. Segundo o CDC, por ano cerca de 48 milhões de pessoas ficam doentes devido a algum problema de origem alimentar nos Estados Unidos. Deste número, 128 mil precisam ser internadas e cerca de 3 mil morrem em decorrência destes problemas.
Por conta deste fato, o advogado Bill Marler, especialista em segurança alimentar e que representou as vítimas de quase todos os surtos de intoxicação alimentar que ocorreram nos Estados Unidos nos últimos 20 anos enumerou 6 alimentos que, de acordo com ele, jamais comeria por representarem alto risco de contaminação. Confira abaixo:
Leite e sucos sem pasteurização
São alimentos bastante susceptíveis à contaminação por vírus, parasitas e bactérias como Salmonella, E. coli e Listeria. O leite sem pasteurização tem 150 vezes mais chance de causar doenças do que produtos lácteos pasteurizados.
O mesmo vale para sucos não pasteurizados, populares em lojas de produtos saudáveis ou comprados nas ruas, feito de frutas que podem estar contaminadas.
Brotos ou germinados (de soja, feijão, alfafa etc) crus
Brotos crus ou levemente cozidos estão relacionados com mais de 30 surtos, principalmente por Salmonella e E. coli desde o meio da década de 90 nos Estados Unidos.
Segundo Marler, todo tipo de germinado pode propagar infecção bacteriana que tem origem em suas sementes. Porém, ele ressalta que se forem bem cozidos, não há problema.
Carne mal passada (inclusive hambúrguer)
Se a carne moída não for cozida a 70 graus interna e externamente pode causar intoxicação por E. coli, Salmonella e outras bactérias. Por isso, para o advogado, os hambúrgueres devem sempre estar bem cozidos.
Frutas e vegetais que se vendem lavados ou cortados, prontos para comer
Segundo Marler, quanto mais se manipula e processa o alimento, maior é o risco de contaminação. O ideal é comprar frutas e verduras sem lavar e nem cortar e em pequenas quantidades, que podem ser consumidas no máximo dentro de três ou quatro dias.
Ovos crus ou semicrus
Apesar de ser um dos alimentos mais nutritivos e econômicos do mundo, a forma como são ingeridos deve obedecer a alguns critérios, evitando contaminação. Especialistas recomendam armazenar os ovos na geladeira, principalmente em um local que não varie muito a temperatura e servi-los somente após o processamento utilizando temperaturas elevadas, como frito ou cozido.
Ostras e outros moluscos crus
Por serem animais filtradores, as ostras recolhem tudo o que está na água, inclusive bactérias patogênicas e quando uma pessoa ingere este alimento, terá altas chances de se contaminar com algum destes micro-organismos.
Rosana de Carvalho – Site PaNoRaMa
