Goiás ocupa hoje o terceiro lugar no ranking nacional de transplantes de córneas.

Goiás ocupa hoje o terceiro lugar no ranking nacional de transplantes de córneas. De 1998, quando a Central de Transplantes foi estruturada em Goiás, até agora 12,5 mil transplantes (de diversos órgãos) já foram realizados, embora o Estado realize transplantes desde 1995. Anualmente o Estado transplanta em média 900 córneas. Este ano já foram 456 de janeiro a julho. No ano passado foram realizados 793 transplantes de tecidos oculares (córneas e escleras) e para esse ano é esperado um aumento de 20% sobre esse número.

A posição de Goiás com relação ao transplante de córneas sempre foi muito boa, conforme explica o gerente da Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde, Luciano Leão Bernardino da Costa. “Goiás é reconhecido nacionalmente tanto por sua capacidade quanto pelos números de realização desse tipo de transplante. Nesse quesito sempre tivemos uma posição privilegiada e a prova disso é que, em anos anteriores, Goiás já chegou a ter três mil pessoas na fila de espera para esse tipo de transplante. Hoje há apenas uma média de 800 pacientes em espera”, afirma.

Trabalho de conscientização
Mesmo diante do número considerável de transplantes de córnea já realizados no Estado, o principal foco da Central de Transplantes em Goiás se dá sempre no sentido de aumentar o número de doações, considerado ainda insuficiente. “Hoje, um paciente aguarda em média seis meses nessa fila de espera, quando o ideal seriam apenas dois meses. Por esse motivo nos empenhamos cada vez mais nas campanhas de conscientização”, esclarece o gerente.

Repasse de informações e conhecimento
Palestras, discussões e esclarecimentos a respeito da legislação que dá respaldo à doação e retirada de órgãos e tecidos são realizados constantemente pela Central de Transplantes junto ao Instituto Médico Legal (IML), ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) e junto aos hospitais públicos. Ensinamentos que explicam o modus operandi que antecede a retirada de órgãos e tecidos também são repassados a profissionais e a estudantes da área médica, sobretudo àqueles de instituições públicas federais, que são os que estão sempre à frente nas ações de transplantes, conforme explica o médico. São capacitações que abordam temas relacionados à morte encefálica (conceito, diagnóstico, avaliação clínica e complementar, orientações legais e éticas, notificação, obrigação do hospital), além da manutenção do potencial doador e a comunicação à família da notícia de morte encefálica.

Ação inédita no País
Atendendo a uma solicitação da Central de Transplantes em Goiás, no início do ano o secretário da Saúde, Halim Girade, assinou a Portaria de nº 028/2014, que exige que todos os hospitais públicos façam o diagnóstico imediato da morte encefálica dos pacientes. Com essa determinação, inédita no Brasil, o resultado foi o aumento considerável do número de notificações, com consequente aumento do número de possíveis doadores. “Somente nos últimos 15 dias foram feitas quatro doações de múltiplos órgãos, três deles no Hugo e uma em Catalão” avalia Luciano Leão.

O que fazer para doar
A doação de qualquer órgão e tecido, inclusive córneas, é feita somente mediante autorização familiar, conforme estabelecido em lei. Por esse motivo o trabalho de conscientização da Central de Transplantes se dá no sentido de sensibilizar as pessoas, informando-as não apenas sobre a importância da doação, mas sobretudo, do comunicado prévio que deverá ser feito pelo doador à sua família.

Em caso de morte encefálica, cuja vítima seja potencial doadora, a Central de Transplantes aciona uma das unidades responsáveis pela captação e transplante para a realização da cirurgia. Na possibilidade da retirada das córneas, a equipe responsável pelo plantão é acionada para realizar o procedimento e encaminhar o material ao Banco de Olhos e a partir daí são tomadas as providências que permitirão a realização da cirurgia para o respectivo implante do tecido no paciente.

 

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